Mães e Empreendedoras na Bíblia: Quando a Fé Inspira Coragem e Ação

Mães e Empreendedoras na Bíblia: Quando a Fé Inspira Coragem e Ação

Hoje, escrevo não apenas como redatora ou cristã, mas como mãe.

O Dia das Mães nunca foi uma data qualquer para mim. E neste ano, especialmente, ele carrega um peso diferente, uma beleza mais profunda, uma dor que se mistura com esperança. Sou mãe de dois filhos — e um deles, meu anjo, partiu aos 11 meses de vida. Estou grávida novamente e, entre lágrimas e sorrisos, descubro a cada dia o poder redentor e transformador do amor de uma mãe.

A maternidade é uma experiência que muda tudo: o corpo, o coração, os sonhos, as prioridades. Ser mãe é viver em função de outro ser, é ter o coração batendo fora do peito e ainda assim manter os pés no chão. Ser mãe é decidir amar todos os dias, mesmo quando dói. É renascer a cada fase dos filhos, é morrer um pouco em cada despedida. É ser forte mesmo quando está em pedaços. É rir e chorar ao mesmo tempo.

E quando penso em todas as mães que conheço — as que criam, as que geraram e perderam, as que lutam por seus filhos todos os dias, as que equilibram a maternidade com trabalho, ministério, dores e alegrias — eu vejo um reflexo da própria graça de Deus. A maternidade é uma extensão do coração de Deus.

Mas nenhuma mulher me toca tanto quanto Maria, a mãe de Jesus.

Maria foi escolhida por Deus para uma missão divina, eterna, inexplicável. Ela foi mãe do Salvador, do Filho de Deus. E mesmo sabendo de tudo, mesmo ouvindo a profecia de que uma espada transpassaria sua alma, ela disse:

“Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra.” (Lucas 1:38)

Essa entrega, essa confiança, esse amor… são imensuráveis. Maria carregou Jesus no ventre, cuidou dele em seus primeiros passos, o viu crescer em graça e sabedoria, e depois o viu ser rejeitado, traído, ferido e crucificado. Nenhuma mãe deveria ver seu filho morrer. Maria viu. Mas mesmo assim, permaneceu. Aos pés da cruz, firme. No túmulo, em oração. No cenáculo, em intercessão.

Maria me representa. Representa todas as mães que disseram “sim” ao chamado da vida, mesmo sem saber o que isso traria. Representa as que amam até o fim, mesmo quando esse fim parece injusto.

Hoje, ao lembrar do meu filho que partiu, penso em Maria. E no quanto ela confiou. No quanto ela chorou. No quanto ela se manteve firme por saber que Deus estava no controle. Que havia um propósito maior, eterno, mesmo na dor.

Neste texto, compartilho com você uma reflexão que nasce do meu coração. Uma mistura de fé, dor, inspiração e propósito. Vamos juntos olhar para a Palavra de Deus e ver o quanto as mães e mulheres da Bíblia têm a nos ensinar sobre coragem, liderança, perdas e recomeços.

A Mulher Virtuosa de Provérbios 31: mais do que perfeita, ela é real

Sempre que leio Provérbios 31, penso na mulher ideal, mas hoje, penso nela como alguém de carne, osso e fé. Ela acorda cedo, negocia, planta, tece, cuida, administra, ensina, acolhe…

“Reveste-se de força e dignidade; sorri diante do futuro.” (Provérbios 31:25)

Esse versículo me emociona. Sorri diante do futuro? Mesmo sem garantias? Mesmo com perdas?

Sim. Porque quem teme ao Senhor, mesmo em meio às perdas, ainda acredita que o futuro pode florescer.

Ela representa todas nós, que mesmo com medo, seguimos confiando. Que mesmo cansadas, seguimos sorrindo. Que mesmo com tantas tarefas, seguimos acreditando que tudo vale a pena.

Lídia: fé e trabalho que transformam lares

Lídia era uma vendedora de púrpura. Empresária, independente, e ao mesmo tempo, profundamente sensível ao Evangelho. Quando Paulo a encontrou, ela já tinha uma casa, um negócio e um coração aberto.

“E o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia.” (Atos 16:14)

Lídia era líder do próprio lar, tomava decisões, geria sua vida com sabedoria e generosidade. Quantas mães, hoje, se encontram nesse papel? Liderando negócios, ministérios, famílias, às vezes tudo ao mesmo tempo — e ainda mantendo o coração aberto para ouvir a voz de Deus?

Ela nos ensina que fazer negócios não nos afasta de Deus — pode ser justamente o caminho para que Ele entre e transforme tudo.

A viúva de Sarepta: a coragem de dividir o pouco

Essa mãe tinha apenas um punhado de farinha e um pouco de azeite. Era o suficiente para ela e seu filho comerem e depois… esperar a morte. Mas Deus a viu. E mandou o profeta Elias.

“Não temas… Porque assim diz o Senhor: a farinha da panela não se acabará e o azeite da botija não faltará.” (1 Reis 17:13-14)

Ela obedeceu. E viveu o milagre da multiplicação. Quantas vezes, como mães, entregamos nosso último fio de força, nosso último suspiro de fé — e é exatamente aí que Deus aparece.

Essa história me faz lembrar daquelas mães que fazem o impossível com o pouco que têm. Que colocam comida na mesa com criatividade, que acolhem filhos com lágrimas e ainda assim não desistem. Mães que transformam escassez em abundância porque confiam no Deus que multiplica.

A mulher sunamita: construir para servir, esperar para viver

Essa mulher rica construiu um quarto para Eliseu. Um gesto de generosidade que preparou o caminho para um milagre. Ela teve um filho — e o perdeu. Mas a história não terminou na perda. Eliseu orou, e Deus trouxe o menino de volta à vida.

Como mãe que já chorou a dor do luto, sei que a perda de um filho é um silêncio que grita. É uma dor que não tem nome. E ainda assim, Deus nos visita. Ainda assim, a promessa pode viver de novo.

A mulher sunamita me ensina que mesmo a dor mais profunda não precisa ser o fim. Que quando construímos para servir, Deus também constrói caminhos para nos alcançar. Que a fé não é ausência de tristeza, mas esperança no meio dela.

Outras mulheres que geraram com fé

  • Maria, mãe de Jesus, que viu seu filho morrer por todos nós, mas antes disso, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra.”
  • Ana, que orou com lágrimas e entregou seu milagre de volta ao templo.
  • Rute, que foi fiel a Noemi e colheu do campo que Deus preparou para ela.

Essas histórias não são apenas registros antigos. São espelhos para as mães de hoje. Que oram como Ana, que dizem “sim” como Maria, que trabalham como Lídia, que enfrentam perdas como a sunamita, que confiam como a viúva.

Maternidade também é chamado. E chamado envolve entrega, sacrifício e glória.

Para todas as mães — com filhos nos braços ou no céu

Neste Dia das Mães, eu me lembro de cada choro no travesseiro, de cada oração feita em silêncio, de cada riso que meus filhos arrancaram de mim mesmo nos dias difíceis.

Se você é mãe e está empreendendo com poucos recursos, com coração ferido ou com esperança renovada, Deus te vê.

Ele viu Ana, viu Maria, viu a viúva, viu Lídia. Ele também te vê.

E a você, que tem um filho no céu, como eu… que o amor de Deus abrace esse buraco com ternura e eternidade.

A todas as mães, feliz Dia das Mães. Vocês são guerreiras, sacerdotisas, empresárias do Reino, e portadoras da vida. Nunca esqueçam disso.

Com amor,

De uma mãe que segue acreditando que o futuro ainda pode florescer.

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